O nome da cidade provavelmente vem de Siculi, uma população antiga que viveu nestas terras há mais de 3.000 anos. Scicli é cercada por colinas cobertas de vegetação mediterrânea e está localizada no meio de três cânions esculpidos por três riachos. Neste cenário esplêndido, decorado com igrejas e palácios barrocos, a tradicional Cavalgada de São José acontece todos os anos no sábado que antecede o Dia de São José. Ao entardecer, a Cavalgada sai da praça principal da cidade e segue em direção à igreja dedicada à Santa. À medida que a Cavalgada avança, acendem-se os pagghiara, fazendo a noite brilhar. São fogueiras feitas com feixes de palha. Como Scicli esteve durante séculos sob domínio espanhol, a visão das fogueiras me fez pensar nas Fallas de San Josè – as fogueiras de São José – que ardem, naquela mesma noite, no cruzamento de Valência, na Espanha. Festa de origem medieval, herança de dramas sagrados e certamente também ligada à celebração pagã do despertar da natureza no início da primavera e aos ritos para uma boa colheita, a Cavalgada de São José exige que um habitante masculino da cidade use o manto de São José, enquanto uma mulher tem que fazer o papel de Nossa Senhora, no ato da fuga para o Egito, para escapar do édito de Herodes. Os cavalos que participam da pompa sagrada são envoltos em mantos tecidos com violetas selvagens e lírios, num empenamento de ramos de palmeira. As decorações reproduzem imagens sacras. Tanto os cavaleiros quanto os espectadores seguram nas mãos ciaccari aceso - feixes de ampelodesmos - para iluminar o caminho para a Sagrada Família. Antes de deixar Scicli, não se esqueça de passar pelo menos alguns dias no Vallum de Noto, para ver as obras-primas do barroco siciliano!